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10 de agosto de 2014

Novos Manuais - CASTIDADE MASCULINA, por Lucy Fairbourne #1

          Fala galera! Sei que deixei a todos na espera, peço 1000 desculpas por ficar tanto tempo longe. Agora, conto com a ajuda de co-autores para retomar o blog, e já inicio com essa série que promete muito. Esses novos manuais de castidade foram extraídos de autoras anglo-americanas de renome quanto ao assunto castidade masculina, e vou postando cada um deles aos poucos saltitando entre as autoras para que facilite a comparação e a junção das ideias. Caso o leitor queira ver somente os textos de uma escritora específica, basta clicar no nome dela no índice, e estarão somente os que desejar.

          A Saga de Beto logo terá sua parte 19, ainda essa semana. Aguardem. 

    Estarei trazendo também uma nova série, chamada "Tatiana" de Sarah Jameson, uma contribuição do nosso amigo William, antigo administrador do Blog.

         Boa leitura e que seja proveitoso para o aprendizado. 



Lucy Fairbourne escreveu "CASTIDADE MASCULINA - UM GUIA PARA AS GUARDIÃS DAS CHAVES" (Male Chastity - A Guide For Keyholders, no original). Tem uma linguagem simples e direta e, assim como Sarah Jameson, descreve as razões pelas quais a castidade pode ou não servir para o casal, e aborda as questões práticas com muita propriedade e seriedade. Vale a pena acompanhar a autora. Boa leitura.





Prefácio

A libido masculina é muito diferente da feminina. O macho é quase que inteiramente focado no ato sexual em si, o que para o heterossexual, geralmente significa obter intercurso sexual com uma fêmea que lhe agrade, até que consuma o ato, com a ejaculação.
Se o acesso a uma fêmea atraente (ou se ela está temporariamente indisponível), muitos machos recorrem à masturbação e fantasias sexuais como uma ‘válvulas de escape’ para liberar as tensões causadas pelos impulsos biológicos.
Do ponto de vista da perpetuação das espécies, um impulso sexual altamente realçado é natural e desejável. De que outra forma os homens cumpririam o ‘Multiplicai-vos e enchei toda a Terra’?  Infelizmente, a tendência que trabalha tão bem quando o assunto é espalhar a humanidade pela face da Terra, pode se tornar em um grande problema quando o assunto é o relacionamento amoroso moderno.
Você consegue se lembrar como seu homem se comportava, na época em que ele te conheceu e começou a te cortejar? Ele não era mais atencioso, mais romântico e mais disposto a te agradar? Ele se esquecia de retornar uma ligação? Você já percebeu de onde toda essa cortesia e romantismo vinham, ou já se perguntou para onde se foram? A resposta pode ser simples: a origem de todo aquele tratamento era a tensão sexual natural dele. E se esse tratamento acabou ou diminuiu drasticamente nos dias de hoje, é bem provável que essa tensão sexual esteja sendo aliviada através da tal válvula de escape que eu já mencionei. 
Sem dúvida, seu parceiro gosta de você. Sem dúvida ele te ama. Sem dúvida, ele te deseja. E esse desejo é baseado na tensão sexual, nas recompensas físicas (sensoriais) que você pode proporcionar a ele. Recompensas que por vezes são negadas, embora ele saiba que elas estão bem aí, ao alcance dele, se somente ele puder ganhar você, te conquistar...
Isso é o desejo.
Pense então na última vez em que vocês fizeram amor. Ele foi tão apaixonado e intenso como ele costumava ser nos primeiros dias? O interesse dele declinou, tão logo ele obteve o seu clímax? Ele se virou para o lado e começou a ressonar, assim que gozou? A habilidade e a vontade de satisfazer você diminuíram tão logo a libido dele foi satisfeita?
Esse cenário pode ser muito comum, mas não é inevitável. Este livro descreve uma alternativa que pode levar a um retorno ao romance e uma renovação do desejo intenso. Mas isso envolve assumir o controle físico das oportunidades que seu homem tem de obter estímulos sexuais e orgasmos.
Se puder lidar com isso, você poderá aproveitar a libido dele, que é a mais primitiva das forças que o direcionam a viver. Você será capaz de leva-lo às alturas e então trazê-lo de volta, atiçá-lo, dar-lhe prazer e muitas delícias (mas não necessariamente na extensão que ele gostaria).
Você terá (literalmente) a chave que pode liberar a natureza dele. Isso pode ajudá-la a entende-lo, e ajudá-lo a entender você e as suas necessidades. Você vai perceber que ele ficará ávido – até mesmo desesperado – para satisfazer seus desejos.
E o mais importante: quando o homem se torna suscetível a essas ideias, você vai se dar conta de que estará satisfazendo desejos que ele nem sabia que tinha, e com isso, satisfazendo também as necessidades mais profundas que ele jamais admitiu possuir.

Definições

- Castidade Masculina: A prática segura e consensual, na qual o homem se submete à sua mulher, permitindo-se ser trancado em um dispositivo de castidade, dando a ela o total controle sobre seus orgasmos, que só serão permitidos se a keyholder assim o desejar e estiver envolvida.

  - Keyholder: A mulher que detém a posse da chave que pode abrir o dispositivo de castidade de seu homem.




Parte 1
Introdução e Orientação


Introdução

Você deve estar lendo esse livro por inúmeras razões. Dentre as quais podem ser:

- Você deve ter ganhado de presente do seu marido ou namorado;
- A capa, título ou assunto abordado deve ter atiçado a sua curiosidade;
- Você deve ter esbarrado com esse assunto de Castidade Masculina em algum lugar, e está curiosa para aprender mais sobre como isso pode realçar sua vida amorosa e ajudá-la a obter mais do seu relacionamento.
Digo por experiência: estou certa de que a primeira opção é a mais certa de ter acontecido. Sua atenção para este livro foi despertada pelo homem da sua vida. Se foi isso, ele espera receber um presente de você. Quando você tiver lido todo o livro, você vai descobrir que presente é esse, e o que você vai acabar recebendo em troca.
Na maior parte do tempo, em um relacionamento heterossexual, é o homem quem toma as rédeas das coisas. Parte disso se deve à sua biologia, embora também se deva muito à maneira como nós fomos criados, com os meninos sendo encorajados a serem decididos e austeros, enquanto as meninas, encorajadas a serem desejáveis e recatadas.
Geralmente ele é fisicamente mais forte e mais “cabeça-dura”, e mais intransigente, que a mulher. Como as mulheres são forjadas nos papéis de educadoras e administradoras do lar, há maior probabilidade de que você seja mais atenta às necessidades dele do que o inverso (ele às suas ou às da família) e de que ele passe menos tempo com a atenção voltada a você e mais em seus objetivos, como o trabalho ou mesmo as amizades masculinas. Na maioria dos casais, ele tem toda a atenção e uma carreira lucrativa, geralmente interessante, enquanto você fica com as tarefas da casa, e cuidando das crianças e dele. Em relação ao sexo, ele toma a iniciativa sempre que tem o desejo, e se você não estiver com a mesma vontade, ele pode dar conta de se satisfazer à sua própria maneira.
        Então, por que há essa grande probabilidade de que ele tenha ter dado esse livro? Por que a ideia da Castidade Masculina – na qual o homem entrega grande parte de seu poder, inclusive o controle absoluto de sua parte íntima mais importante, à sua esposa ou namorada – vem se tornando crescentemente popular nos últimos anos?
      Acredite em mim, na vasta maioria de casais heterossexuais que decidem juntos experimentar a castidade masculina, a ideia não parte da mulher (embora o ideal é que fosse assim).
          O que talvez você não saiba é que a surpreendente maioria dos homens com uma vida tradicional seja submissa no fundo da alma. Em particular, eles são sexualmente submissos. E quando eles começam a lidar com sua própria submissão, os homens geralmente fazem uma destas três opções: 

- Passar a vida em silêncio e envergonhado, mantendo sua natureza submissa em segredo e nunca compartilhando este importante aspecto de sua personalidade com sua amada. 
- Buscar alívio através da pornografia (internet e revistas), participando de salas de bate papo online, ensejando a masturbação, ou mesmo a procura de alívio sexual com outras mulheres. 
- Revelar para sua amada, confiando em que ela gostará de sua honestidade e poderá entender sua submissão, aceitá-lo como ele realmente é e talvez ajudá-lo a encontrar suas necessidades.

Se o seu homem pediu pra você ler esse livro, ele claramente optou pela terceira alternativa. Bom para ele, melhor para você! A natureza da relação entre vocês é tal que seu homem confia em você, e teve a coragem de dar vazão ao sentimento de que seja necessário revelar essa parte essencial de sua personalidade. 
      Agora a bola está com você... Como vai responder? Vai atender a tudo isso que ele deseja, ou vai considerar que tudo isso é repulsivo, fingindo que nem abriu esse livro? Ou ainda vai ler o restante, esperando até que tenha a oportunidade de digerir todas as ideias antes de responder? 
      O ideal, partindo desse ponto de vista, claro, seria que o fato de ele admitir isso, desencadeasse em você uma percepção correspondente: a de que você tem desejado dominá-lo sexualmente há muito tempo, mas sente-se muito envergonhada, insegura, ou ainda sem saber como pôr em prática esse domínio.
Mas o fato é que as coisas dificilmente acontecem dessa forma – portanto não se preocupe se com você, isso não aconteceu. A razão é simples: as necessidade e fantasias de ser submisso são muitíssimo mais frequentes nos homens do que as necessidade e fantasia de ser dominadora nas mulheres. (De fato, fetiches e excentricidades sexuais são muito mais comuns entre os homens que entre as mulheres).
        Mas nada disso descarta a possibilidade de que você seja uma mulher dominadora que escolheu ler esse livro para apresentar algumas das ideias apresentadas aqui para o seu parceiro submisso. Se este for seu caso, encontrará uma série de orientações e dicas nas páginas que se seguem.
Se, por outro lado, os conceitos de dominação e submissão sexual são novos – ou, pelo menos, não inteiramente familiares – e você está lendo esse livro por um pedido do seu amado, tenha a certeza de que ele espera que você descubra e alimente a sua semente de dominação por você mesma, e que encontre a possibilidade de praticar, com ele, as informações contidas aqui.
        E, se você é um homem – e tem a esperança de convencer sua esposa ou namorada a tomar o controle de sua castidade – então eu te aconselho a passar esse livro imediatamente para a sua amada. O máximo que você vai obter dele, a partir daqui é ficar de “pau duro”. Faça um favor a você mesmo e espere o momento certo de você aprender o que sua amada mulher tem guardado pra você. Seja um bom menino!

O que é Castidade Masculina? 


         Castidade Masculina significa diferentes coisas para diferentes pessoas. Estritamente definida, se refere à toda forma de abstinência de atividades sexuais. Por exemplo, monges, padres e homens santos praticam a castidade masculina (ou ao menos se supõe que pratiquem), geralmente em serviço de seu deus.
            No contexto do relacionamento heterossexual, o termo se refere ao caso em que o homem se refreia de qualquer gratificação sexual a menos que sua esposa ou namorada o permita ter. Neste tipo de castidade, o homem está a serviço de sua deusa, ao invés de um deus. Ele o faz com plena consciência que seu sacrifício sexual irá, em último nível, realçar e aumentar o prazer do casal.
           Em alguns casos, o homem permanece em castidade voluntariamente e sem qualquer necessidade que a mulher o controle. Ele simplesmente promete se conter diante de estímulos sexuais a não ser que sua amada o convoque para a cama (ou de outra forma, o dê permissão para encerrar a abstinência).
Nos anos recentes, outro tipo de castidade masculina vem se tornando incrivelmente popular, na qual o pênis do homem fica trancado em um dispositivo fabricado especialmente para isso (tipicamente em forma de tubo ou gaiola) e o mantém ali por períodos de uns sete dias, às vezes mais, de forma contínua.
           Este dispositivo é geralmente muito pequeno para permitir uma ereção, e uma vez trancado, o homem não pode removê-lo ou se tocar de nenhuma forma, dando à mulher que detém a chave (a chamada keyholder) um poder erótico sem antecedentes.
             Alguns casais conduzem a castidade masculina de forma a aumentar o poder da mulher em muitas outras áreas do relacionamento. Para outros, traz simplesmente um pouco de pimenta extra na cama. E claro, há um amplo espectro de desejos, fetiches e fantasias envolvidas entre as essas duas formas. 
            Este livro trata da Castidade Masculina em um relacionamento estável entre um homem e uma mulher que se conhecem mutuamente e confiam um no outro. Ele é destinado aos casais que buscam reavivar a vida sexual, que estão preparados para experimentar novas ideias, que são responsáveis e cuidadosos o suficiente para levar um ao outro a sério, e talvez para os que desejam apenas mais uma brincadeira erótica eventual. 

Por que Castidade Masculina?

Se você nunca se deparou com o assunto antes, você deve estar se perguntando do que se trata tudo isso. Suas perguntas naturalmente devem ser estas: “Por que diabos ele iria querer ou aceitar que eu tranque seu pênis, de um jeito que nem ele mesmo poderá tocá-lo?” e “Por que EU iria querer negar a ele o acesso ao seu próprio corpo?
Por um lado, a resposta é evidente por si só: se o seu homem concordou (ou melhor, pediu) para ser trancado, então no mínimo ele deseja tentar. Indo mais profundamente na questão, por uma parte obscura de sua psique masculina, ele almeja ardentemente ser controlado por você, e estar totalmente à mercê dos seus caprichos.
Outra resposta vem das ideias de filósofos como Jean-Paul Sartre, que nos ensina o valor de abraçar a causa de nossos desejos, sem necessariamente consumá-los. De acordo com essa filosofia, a jornada é mais importante que o destino, os meios são mais gratificantes que o fim. Prorrogar a recompensa permite um tempo maior para curtir toda a experiência, e faz com que o clímax seja muito mais intenso, tudo mais explosivo quando ele finalmente vem. Ao trancar o pênis do seu amado e controlando se e quando ele pode ser solto, você o está ajudando a conseguir prorrogar sua recompensa sexual, diminuir a frequência com que ele atinge os orgasmos que tanto deseja, tornando-os mais espaçados no tempo, e com isso muito mais prazerosos – coisa que ele jamais será capaz de fazer sozinho.  
       Outra possível origem pode vir da ideia do homem fazendo um sacrifício pela mulher – um conceito antiquado e um tanto utópico, mas encontrado ao menos nos contos. Quantos mitos, lendas e folclores incluem um herói que está altamente motivado a sofrer um auto sacrifício em benefício da mulher que ele deseja, e permanece, assim, passando por todos os tipos de dificuldades e sofrimentos em benéfice dela?
Aqui vai um exemplo bem conhecido: para o mais cavalheiresco e aventuroso dos cavaleiros do Rei Arthur, pôr a sua vida e integridade física em serviço de alguma moça jovem e formosa era praticamente um estilo de vida. E quando essa mulher recompensava o cavaleiro com algo para que ele usasse durante as justas, ele o ostentava com orgulho, enquanto se esforçava para honrá-la na batalha, e fazê-la de sua Rainha do Amor e sua Musa Inspiradora.
        Por um lado, um homem trancado em castidade, está sacrificando sua liberdade de obter prazer sexual quando bem entender. Por outro lado, o prazer sexual dele está simplesmente prorrogado e intensificado. Seu compromisso de estar sob o controle da keyholder está se aprofundando mais e mais. Quando a liberdade sexual de um homem é negada e prorrogada, ele fica cada vez mais em estado de excitação sexual contida. Quanto mais você o provocar e negar seu orgasmo, mantendo-o preso no cinto, mais excitado ele vai ficar (e mais ávido em te satisfazer).
        Então não é difícil que um homem nesse estado, fique muito mais atencioso e devoto à sua keyholder, enquanto ela mantém próximo do clímax, mas sem deixar com que o ele o atinja por um bom período. Nesse caso, as opções dele em alcançar a satisfação sexual do orgasmo foram literalmente tomadas de suas mãos, e canalizadas para a vontade de uma única pessoa.
         Se tornando a keyholder de seu homem, você aceita o sacrifício dele, e o recompensa com um raro e extraordinário presente. Mas afinal o que você terá em retorno ao dar-lhe esse presente? Esteja certa de que ele está ansioso para experimentar o presente e te dar a resposta com suas ações. A resposta que ele dá diante dessa questão urgente será diferente para cada mulher, e entre cada casal; nós examinaremos algumas possibilidades logo adiante.
         Por agora, vamos apenas lembrar que a natureza dotou a fêmea com a habilidade de gozar muito mais vezes que o macho – e que a castidade masculina não altera isso em nada. Muito pelo contrário, na verdade. Você terá uma gama de oportunidades de confirmar isto a você mesma, e você gradualmente vai aprender a se aproveitar (e realizar) do tesão dele em estar a serviço do seu prazer.
Você jamais deve se sentir egoísta ou culpada, nem um pouco, em fazer isso com ele. A Castidade Masculina pode parecer cruel e incomum, mas não passa de algo que ele mesmo pediu, ou de própria vontade, aceitou (no caso de ter partido de você essa ideia). Qualquer coisa que você exigir dele, e todas as negações que você o impuser, são parte da fantasia submissa dele. E como recompensa, a libertação sexual e consequente orgasmo (quando você eventualmente permitir) será nada mais que o melhor que ele já experimentou.
         Então, ao invés de pensar que você estará o privando de liberdade e o tratando de forma cruel, encare a verdade: você estará proporcionando a ele o que ele QUER e PRECISA: a sensação de ser controlado, provocado, atiçado, excitado e frustrado pelo cinto de castidade e por você, que detém a chave deste. Se você conseguir fazer com que ele passe a prestar a você mais carinho, atenção e romantismo e encontrar novos caminhos para satisfazer você, então melhor ainda. O seu prazer se tornará o prazer dele, enquanto ele se esforçará para te servir, e para merecer o presente que é você guardar (e eventualmente usar) a chave.
           Como casal, vocês vão descobrir que a Castidade Masculina traz mais proximidade, intimidade, e um reavivamento do desejo que talvez tenham sido deixados pra trás junto com os dias dos primeiros encontros e dos cortejos do início.  Certamente, vocês vão ter a experiência de se aprofundar poderosamente no prazer do relacionamento sexual.


Por que Não Castidade Masculina?

        A Castidade Masculina não é para todos os casais. É bem possível que, uma vez que você tenha terminado de ler esse livro, você o porá de lado com as seguintes palavras: “Interessante, mas... não quero, grata.” 
          Todo relacionamento monogâmico inclui duas pessoas, sendo que um pode introduzir novas ideias, e o outro é livre para rejeitar. Nós temos visto que o assunto da Castidade Masculina tem sido trazido mais pelos homens. Se este for o caso, então pode ser difícil para a sua amada entender o porquê ele desejaria algo que é tão aparentemente perverso. A despeito de todas as recomendações em contrário, a ideia de trancá-lo talvez a faça se sentir cruel, ou simplesmente não a empolga.
           Da mesma forma, se a ideia parte da mulher, pode ser difícil para ele imaginar os benefícios que terá – a menos que ele abra a mente e confie nela o suficiente para tentar.
Para o homem, a Castidade Masculina traz algumas dificuldades, por exemplo, a higiene pessoal vai requerer mais tempo e cuidado. Ele pode ainda ficar impedido de urinar de pé, tendo que se sentar sempre quando vai ao banheiro.
          Para a mulher, a Castidade Masculina traz responsabilidades extras. Um aspecto importante do bem-estar corporal de seu homem – que antes era assunto só dele – está agora sob o controle dela. 
      Se qualquer destes ou todos os aspectos da Castidade Masculina é mais do que vocês estão preparados para lidar, ou ao menos entrar em um acordo, então provavelmente não é algo para vocês praticarem. Se o seu homem ainda é resistente quanto a trazer este tipo de jogo erótico para dentro da vida sexual de vocês, então você pode desejar considerar jogar com ele jogos ocasionais de castidade com ele, evitando deixa-lo trancado por um período longo.
         Seja o que você resolva fazer, não o deixe te pressionar a nada. A ideia geral da Castidade Masculina é que ele se sacrifique e sirva você, não para você ser forçada a fazer o que ele quer. 


 O Que Você Ganha com Isso?

         Em duas palavras: namoro eterno.
     Antes de entrar em detalhes sobre o que isso significa, vamos considerar o que você tem como vantagens, no momento. Em outras palavras, o que você não tem como vantagens: 

- Você gasta mais tempo e esforço agradando e cuidando dele, do que ele gasta com você?
- Quem é mais alerta, e atencioso, as necessidades do outro? Você ou ele?
- Você recebe sexo oral com a frequência e o entusiasmo que você gostaria?
- E massagem nas costas e nos pés?
- Quando ele chega a fazer isso, o faz rapidamente para terminar logo, relutante, ressentido ao invés de fazer com gosto?
- Ele faz a parte dele nas tarefas domésticas?
- Seu relacionamento é tão emocionalmente íntimo quanto você gostaria?

           Na versão impressa desse livro, há páginas para que a leitora anote as áreas do seu relacionamento que ela gostaria, de uma forma ideal, que mudassem pra melhor. Como isso não é possível em um e-book, então por favor, faça três listas, ou em papel ou no computador mesmo. A primeira lista você chamará de Intimidade e Romance; a segunda, Sexo e Intimidade; e a terceira, Família, Vida e Casa. Então, preenchas as listas. Por exemplo:

Intimidade e Romance
Eu gostaria que ele preparasse uns jantares românticos algumas vezes.
(...)

Sexo e Intimidade
Eu preciso de mais massagens nas costas à noite.
(...)

Família, Vida e Casa
Duas palavras – assento do vaso. Ele precisa fechar a tampa.
(...)

         É muito importante anotar de forma clara e inteligível o que você espera em retorno por dar a ele o presente de guardar a chave. Não se engane: guardar a chave do homem é um presente, um que requer tempo e atenção em uma quantidade significativa por parte de uma keyholder. Não se sinta embaraçada em exigir alguma coisa do seu homem em retorno. O aumento da sua felicidade é um aspecto essencial da submissão dele a você. Então, relaxe, e delegue a seu homem casto satisfazer tantas necessidades suas quanto possível. É exatamente isso que ele almeja tanto fazer.
          Ao fazer essas listas, você está definindo a moeda com a qual ele será capaz de retribuir seu presente, e criando um registro que vai mostrar a você (e a ele – lembre-se que ele quer que você se divirta com isso também) que o esforço e tempo despendido valeram a pena.
     Se você honestamente não consegue pensar em nada pra escrever, pode significar que o seu relacionamento com seu homem já deve ser perfeito pra você. Você vai recompensá-lo sendo a keyholder dele, ou vai deixa-lo na vontade, sozinho em seus desejos?
          A escolha é sua.

O Que ELE ganha com isso?

      Se o seu amado lhe deu esse livro, então ele já deve ter explicado por que está interessado na Castidade Masculina. No caso de ele não haver verbalizado as necessidades dele, ou se você pesquisou sobre esse assunto por conta própria, então aqui vão algumas ideias que podem ajudar a explicar por que os homens são submissos, em primeiro lugar, e o que um submisso pode conseguir sendo mantido em castidade por sua amada mulher.
        Se você estiver encontrando dificuldades em acreditar que o mundo está cheio de homens sexualmente submissos, então tente fazer uma experiência: Da próxima vez que você vir um cartaz de filme com uma deusa estampada de vestido de couro apertado e de salto alto (e você não terá que procurar muito por isso hoje em dia) observe os homens que passam por ele – e veja as suas cabeças virando.
Por que tantos homens saudáveis e normais, se sentem tão atraídos pela ideia da mulher eroticamente poderosa, exigente e que sabe o que quer? Uma razão pode ser que os homens estão sobrecarregados, cansados dos papéis dominantes (seja como chefes de família ou chefes de corporações) no dia a dia. De acordo com essa teoria, machos poderosos sentem que suas vidas estão desequilibradas, e procuram compensar isso no quarto, se despindo do peso da responsabilidade e do controle, juntamente com suas roupas.
      Mesmo desconsiderando essa tendência masculina à submissão sexual, um homem que tem seus orgasmos negados é um homem que está constantemente excitado, e vamos encarar – estar com o tesão no pico é divertido pra eles, particularmente se uma mulher desejável (que pode ser você!) está por perto, e apenas eventualmente disposta a soltá-lo para liberar o seu clímax. A provocação, a negação e a incerteza (de quando poderá enfim gozar) são todas partes de um jogo erótico que estimula em alto nível a libido masculina.
         Um homem bem trancado em um cinto de castidade não tem satisfação sexual plena sem que sua keyholder esteja de alguma forma envolvida. Auto-alívio (masturbação) não é mais uma opção. As fantasias sexuais dele sem dúvida vão continuar existindo, porém elas ficarão cada vez mais direcionadas a você somente. (Pensou que elas só envolviam você em todos os casos? Você até pode estar certa, mas esteja certa que toda a sua participação nas fantaisas dele eram coisas que ele gosta, e não necessariamente todas envolvem coisas que você teria desejado que ele imaginasse!)
           Imagine a chave do pinto dele, pendulando de um colar atado ao seu pescoço. Imagine o que essa visão vai fazer com ele. Quem você acha que vai estar na cabeça dele cada vez que ele ficar excitado? E quando o dispositivo limitar e impedir (a maior parte) a ereção espontânea dele, quem você acha que ele gostaria que estivesse agarrando o pinto dele no lugar desse dispositivo?
Para o macho em castidade, sua keyholder se torna a mais bela, desejável e inatingível mulher no mundo – e qual homem não gostaria de ter o gosto de cortejar e até mesmo conquistar uma mulher, várias vezes de novo?
            Finalmente, ao tomar o controle de sua própria masculinidade e passar parte desse controle à sua keyholder, o homem casto se torna livre para se preocupar cada vez menos em sua própria satisfação e focar na da sua mulher, lar e família. Numa época em que muitos de nós, às vezes, nos esquecemos o que realmente importa, ser ajudado em direção a uma compreensão das coisas reais em nossas vidas não é um presente de pouco valor.

“Mas Uma ‘Boa Menina’ Nunca Faria Tal Coisa...”

              A sociedade humana tem uma tendência de estereotipar as pessoas, classificando-as neste grupo ou naquele, estabelecendo padrões de comportamento aos quais se espera que os indivíduos se adequem.
Muitas vezes, essas expectativas nos guiam em direção a um comportamento que é benéfico para nós - e tão importante quanto, bom para a sociedade em que todos nós vivemos. Porém, esses padrões podem restringir nossas opções para a felicidade, forçando-nos a modos contraproducentes de vida.
              Presumindo que você se auto-considera como pertencente ao estereótipo ‘boa menina’, o que isso realmente significa?

- Significa que você deve sacrificar sua própria felicidade e bem-estar, sempre pondo as necessidades dos outros antes das suas próprias?
- Será que significa que sua sexualidade deve ser moldada por um padrão de comportamento sancionado por seus pais, amigos, igreja ou grupo social?
- Será que significa que você nunca pode pensar em si mesma ou ser exigente, independente da recompensa para ambos quanto ao outro “sofrer” pelos seus “caprichos exigentes”?

       Cada uma das definições acima pode ser verdadeira. Mas, certamente, a mais correta definição de 'bondoso' se refere a boas pessoas que fazem boas coisas aos outros. Vestir-se com roupas escandalosas, ter um vocabulário forte ou um visual vulgar, por exemplo, não as impedem de serem bondosas. 
Muito pelo contrário: se você chegar a dar a si mesma a permissão para abraçar algumas dessas coisas ‘socialmente menos aceitáveis’, talvez elas possam torná-la ainda melhor ...
Se ser bom significa fazer as coisas agradáveis, então pergunte a você mesma: as coisas estão tão boas agora, quanto elas poderiam ser? Pense em seu relacionamento, seu quarto, sua casa. A sua conduta ‘boa menina’ está ajudando ou entravando sua felicidade com o homem que você ama? Você está preparada para aproveitar uma chance em fazer coisas melhores e melhorar?
Talvez você esteja preocupada com a natureza “forçada” da Castidade Masculina, como quem parece usar o sexo como uma arma. Se isso fosse verdade, seria sim uma ideia muito ruim. Na verdade, usar o sexo desta forma nunca pode ser um ato positivo ou sadio. Porém, manter o seu homem em castidade não é como uma tática de escaramuças na guerra-entre-os-sexos. Pelo contrário, é uma maneira de dar a ele uma grande quantidade de prazer.
Ainda não está convencida? Então considere uma coisa: usar o sexo (falta de) como uma arma (de chantagem por exemplo) é uma maneira fria e cruel de se agir com ele, certo? Em contrapartida, exercer controle do sexo para fins de provocação, negação, o prazer mútuo e realização de uma fantasia (que pode vir a ser de ambos) é uma forma quente e espontânea de tratar o amado. Então, o que você pode dizer sobre estar tendo orgasmos múltiplos para cada um orgasmo apenas dos dele? Ora isso é inevitável, por causa das diferenças fisiológicas naturais entre os sexos; não é egoísmo seu, nem covardia sua, não se refere a como ambos foram tratados de acordo com o sexo de cada um, desde crianças.
Para o homem, há uma grande diferença entre um relacionamento em que ele não tem tanto sexo quanto gostaria, e um onde ele tem seus orgasmos limitados, porém cheio de erotismo e sedução. 
No primeiro caso, ele pode acabar preferindo o bar ou o campo de golfe ao invés de sua casa, escolhendo a sociabilidade de seus amigos do que a de sua própria família. Ele pode buscar alívio na pornografia, na masturbação ou linhas de tele sexo; em casos extremos, ele pode ser tentado a ter um arruinante caso extraconjugal.
Já no segundo tipo de relação, ele ainda poderá desfrutar de uma partida de golfe ou uma bebida com seus amigos, mas essas outras atividades não serão tão satisfatórias - e ele não vai querer insistir por muito tempo nelas, porque a estimulação erótica que ele almeja e dispõe é logo ali, em sua casa, com sua parceira escolhida.
Concluindo: "Boas Meninas” podem sim se divertir. Elas estão autorizadas a tomar o controle do que quiserem, se assim o desejarem. Elas não tem que ser as únicas que cozinham e limpam. Elas podem colocar-se em primeiro lugar e os seus homens submissos em segundo. Tirar a liberdade de gozar (quando e como ele bem entende) de um homem não a desqualifica de ser uma boa menina; nem ser paparicada e adorada por ele, como uma verdadeira deusa.
E uma das melhores coisas acerca dessa questão, é que o seu homem casto, levado por você ao limite do tesão através da sua provocação, negação e poder erótico feminino, amará cada momento disso. Mesmo quando ele estiver frustrado sexualmente – especialmente quando ele estiver frustrado – a libido dele irá se reverter ao nível de quando ele tinha 18 anos, e isso será ótimo para ambos vocês. 
Como vimos, a Castidade Masculina “forçada” (entre aspas porque é algo consensual) é um presente que você está dando ao seu homem. É um assunto sério que exige seu amor, tempo, atenção e cuidado, conforme será descrito posteriormente neste livro. Ele estará te oferecendo muitos presentes em troca, é claro, mas o seu é o mais importante. É o seu presente que permite essa troca.
Esse presente não vem sem custos: quando você tomar o poder, você também vai assumir a responsabilidade. Assim, o seu homem estará aliviado de uma parte de responsabilidade, juntamente com cada pedaço de poder que ele estará rendendo a você.
Ao tornar-se keyholder do seu homem, você aceita estas responsabilidades, a fim de treinar e desenvolver nele o estudo aplicado do seu prazer, e, finalmente, para aumentar seu próprio prazer também. Como oferecer-lhe uma oportunidade como essa não pode ser considerado um ato generoso?

“Mas será que ele já não se mantém em castidade por mim?”

Vá sonhando! Se o seu parceiro diz que nunca se masturba, ele certamente está sendo menos que honesto. Mas não se preocupe demais: isto é mais resultado do embaraço dele do que propriamente intuito de te enganar. E seja franca, você também deve ter uma ou duas coisas que não gostaria de compartilhar com ele também... 
Quase todos os homens se masturbam, mesmo quando estão em um relacionamento leal. De acordo com uma pesquisa, muitos machos se masturbam diariamente até alcançar os trinta anos ou mais. Em outra pesquisa, só 1% dos homens alegam não se masturbar (e você ainda deve considerar a veracidade na declaração desses 1%).
Então, a masturbação masculina é perfeitamente normal, e desde que não seja excessiva ou compulsiva, não tem um impacto direto no seu relacionamento. 
Porém, a libido do homem é como dinheiro no banco: uma vez que é gasto, você tem que esperar até o próximo dia de pagamento. Considerando que a atenção sexual dele está meio em dívida com você, talvez você queira que ele gaste com você... e a Castidade Masculina é uma forma de ter certeza de que é exatamente isso que vai acontecer.
Nós temos visto que ele tem fantasias sexuais. Ele as tem quando está se masturbando, quando está sonhando acordado, como se estivesse vendo televisão. Não há nenhuma maneira de você impedir que ele fantasie algo (e você nem deveria querer isso) mas você pode se certificar de uma coisa: se você trancar o pênis dele e guardar a chave, todas as futuras audições para participações nas fantasias dele serão canceladas. O papel da estrela pertencerá sempre a você.

Fim do Cap. 1

6 comentários:

  1. MELHOR TEXTO QUE JÁ LI.
    MUITO BOM MESMO, VE SE NÃO SOME SQUAL!!!!

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  2. creio q em 15 dias começo a usar o cinto,

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  3. foi o melhor texto q ja li sobre isso, esse livro tem em portugues sera? minha esposa curtiu a ideia do cinto por isso comprei pois me masturbo muito....

    aabraços deixem email se usa cinto pra troca de experiencias,

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  4. Muito bom esse Texto,,,,
    Esperando novos capítulos.rsrsrs

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  5. Excelente! Maravilhoso texto. Estamos aguardando os próximos capítulos !

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