Capítulo
2
Convencendo
o(a) Parceiro(a)
Isto
é provavelmente a coisa sobre a qual eu recebo mais perguntas. Eu imagino que
isso possa ser uma tarefa penosa, especialmente se você realmente não tem um
plano mas quer convencer seu(sua) parceiro(a) a satisfazer todas as suas
fantasias. Seja realista! Tudo o que você pode conseguir (mais provavelmente) é
assustar seu(sua) parceiro(a) para longe de onde você quer, e vai ouvi-lo(a)
dizer que jamais quer fazer parte disso...Nunca!
Então,
o que você pode fazer? Primeiro de tudo, seja realista. É altamente improvável
que você possa dizer ao(à) seu(sua) parceiro(a) o que você quer (especialmente
suas fantasias) e vai obter isso sem luta. Salve-se todo o constrangimento e
humilhação de ser rejeitado(a) nesse pedido, sem ainda ter que passar por
alguma discussão. Você precisa de um plano. Você precisa expectativas
realistas.
Vamos
olhar o exemplo: seu ganho total anual é de menos de R$40.000,00. Você quer
comprar um carro novo. Daí você se fixou numa Ferrari. Quais chances você acha
que tem de chegar até o seu(sua) parceiro(a) com um panfleto da Ferrari, jogar
no colo dele(a) e dizer “eu quero comprar esse aqui” e ele(a) aceitar?
Praticamente nenhuma chance, eu aposto.
Provavelmente,
seu(sua) parceiro(a) provavelmente vai rir da sua cara e até descartar a ideia
de um carro novo. Isso porque você está querendo demais. Nessa situação, seu(sua)
parceiro(a) pode até considerar que não há como negociar com você a respeito da
compra, porque você extrapolou as expectativas e não há nenhum meio-termo
razoável para debater a compra. Descarte imediato.
Então,
como você pode ver no exemplo, você precisa ser razoável. Você tem que pensar
pequeno. Planeje o que você quer realizar, e em seguida, divida isso por dois,
e comece tentando menos que isso. O que estou querendo dizer é, se você dizer
ao seu parceiro que você quer mudar seu relacionamento para um FLR, sem saber
levar na conversa, você está destinado ao fracasso desde o início.
Você
precisa de um plano. Então, aqui vai:
Primeiro,
escreva todas as coisas que você realmente quer do seu relacionamento. Escreve
tudo! Até mesmo suas fantasias mais profundas. Você sabe quais. Aquelas sobre
as quais você não conta a ninguém. Quaisquer
que sejam suas tendências sexuais, não revele-as até que seu novo
relacionamento (FLR) esteja bem encaminhado. Agora, guarde esta lista para uso
posterior. Ela pode mudar várias vezes antes de realmente trazê-la à tona.
Segundo,
escreva aquilo que você considera como benefícios do seu desejado novo estilo
de relacionamento, de uma forma geral. Vai fazer os dois ficarem mais próximos
e íntimos? Vai fazer o aspecto financeiro do relacionamento fluir melhor? Vai
fazer de vocês dois melhores modelos para os seus filhos, com a diminuição das
brigas? Vai criar mais respeito entre vocês dois? Qualquer coisa que você
pensar pode ser um benefício.
Finalmente,
faça uma lista de benefícios do seu FLR para o(a) seu(sua) parceiro(a). Isto é,
como ele(a) vai se beneficiar diretamente deste tipo de relacionamento? Você
vai ser mais atencioso(a) com ele(a) quando ele(a) fala? Ela poderá ter mais
controle do dinheiro e ter um maior poder de decidir como ele será gasto? Ele
se encarregará de mais tarefas domésticas, concedendo mais tempo livre para
ela? Como esse nova forma de relacionamento vai beneficiar a ele(a) na área
sexual?
Não
seja muito específico com isso como “ela vai ter total controle sobre meus
orgasmos” Isso pode ser um desastre. Ao invés disso, seja vago. Depois de tudo,
algo como isso será eventualmente negociado. Deixe os itens a serem negociados
pra mais tarde, quando você chegar nessa fase. Trazer isso à tona agora pode arruinar
tudo, e espantar sua parceira. Em vez disso, mantenha-se nesses
tipos de coisas que podem ter sido motivos de disputa antes. Vocês brigavam por
causa do dinheiro? O que seu(sua) parceiro(a) quer? Mais controle? Quer ter uma
participação maior na forma como o dinheiro é gasto? Talvez fosse tempo livre
pra ir a uma academia. Quem decide quando e onde vocês vão sair como um casal?
Talvez vocês não façam isso com frequência suficiente para o(a) seu(sua)
parceiro. Será que o novo tipo de relacionamento pode dar à sua parceira mais voz
na hora de debater sobre isso? Lembre-se, você quer falar dos benefícios que
sua parceira vai receber de algumas pequenas mudanças na forma como as coisas
são feitas e decididas.
Quando
finalmente vocês sentarem para discutir a relação, NÃO mencione que você tem a
intenção de estabelecer um FLR. Ao invés disso, tente sugerir mudanças que vão
acabar levando o(a) seu(sua) parceiro(a)a nessa direção. Leve-o(a) a saber que
você está mais aberto para que o lado feminino do casal tenha um pouco mais de
atuação de líder do que de seguidor. Se ela já lidera em algumas coisas, diga a
ela que você gostaria que ele tomasse o controle de mais coisas, se ela achar
que está tudo bem ser dessa forma.
Se
o(a) parceiro(a) apresentar objeções a qualquer parte do seu "plano"
para esse novo estilo de relacionamento, não tente discutir para forçar a ser
do seu jeito. Em vez disso, ofereça soluções. Se ele se opõe a você tomar mais o
controle do dinheiro, ofereça-se para lidar com todas as contas, liberando mais
tempo para prazer sexual dele. Seja a pessoa que traz as soluções, não problemas.
Quanto
mais vocês conversarem, mais confortáveis vão ficar para viver o que pretendem.
Uma vez que você sentir que as coisas estão fluindo do seu jeito, aí sim você
pode trazer à tona algumas das outras coisas que você gostaria de mudar também.
Quando se trata de sexo, uma mulher pode não querer ser "incomodada"
com muita frequência. Ou então, ela pode querer se sentir mais desejada. Em um
FLR, ela terá mais controle sobre quando e que tipo de atividades sexuais os
dois vão se envolver.
Do
ponto de vista de um homem tentando estabelecer um FLR, sua mulher pode querer
ouvir isso: que ela vai ter mais controle sobre a frequência sexual. Do ponto
de vista de uma mulher tentando um FLR, ela pode pensar que ele pode querer
saber que vai ter mais atenção sexual do que antes. De qualquer maneira, você
não quer que isso pareça como se você estivesse pressionando. Quando uma pessoa
se sente pressionada, geralmente, tendem a encerrar qualquer discussão mais
aprofundada. Pense nisso. Você pode ter que começar com pequenas alterações, a
fim de atingir seus objetivos maiores, a longo prazo.
A
grande sacada é olhar primeiro para os benefícios que seu(sua) parceiro(a) vai
receber desse novo tipo de relacionamento, e deixar seus próprios desejos para
uma discussão futura, depois que seu(sua) parceiro(a) já tiver se convencido de
que as mudanças que você propõe valem a pena. Se você é uma mulher,
provavelmente não vai querer dizer coisas como “Eu vou dizer quando e como você
vai ter sexo comigo, e vai ser do meu jeito”. Isso vai assustá-lo e fazê-lo
pensar que não vai ter sexo com você nunca mais. Não mencione que você quer
treiná-lo para ser seu servo ou escravo pessoal, menos ainda que você quer
torna-lo um cuckold. Como homem, você não pode pressionar demais sua mulher,
dizendo que você quer que ela assuma o total controle sobre você. Não diga que
você quer que ela o trate como um verme, e somente permita que você tenha
orgasmos uma vez por mês. Essas são coisas que vocês não devem trazer à tona
até que ambos estejam prontos pra isso.
É
bem possível que vocês ainda não tenham um contrato escrito para o
relacionamento atual. Um que defina o papel de cada um. Um contrato que defina
quem lida com as finanças, quem faz quais tarefas domésticas, e como grandes
decisões serão tomadas. Você pode começar por aqui. Sugiro que você crie um
contrato para o relacionamento atual. Então, quando vocês sentarem para
negociar as coisas, você pode fazer sugestões sobre qualquer aspecto do
relacionamento que você gostaria que mudasse.
Seu
primeiro contrato não deve incluir castidade masculina, nem se vocês dois
secretamente desejam isso. Eu esperaria até testar o primeiro contrato para
tornar as coisas que estão definidas nele mais naturais. O argumento para isso
é que você não empurre seu(sua) parceiro(a) para algo que ele(a) ainda não está
pronto(a). Simples. Se você (ou ele[a]) não estão prontos para alguma atividade
em particular, talvez porque um de vocês ache que é muito “fetichista” ou
porque pode ser muito bizarro ou intenso demais, então deixe isso pra mais
tarde. Você sempre poderá conseguir modificações em seu contrato, para incluir
essas coisas quando chegar a hora certa.
Se
você é um homem tentando conseguir que sua mulher se torne uma “Mistress” não a
pressione. Ela pode não estar pronta pra isso, ou confortável com a ideia. Em
outra mão, se você é uma mulher e quer ter total controle sobre o seu parceiro,
gaste um tempo mostrando a ele todas as deliciosas sensações de um “tease and
denial” antes de de manda-lo colocar um cinto de castidade. Eu acho que você já
entendeu. Se precipitar em conseguir algo que anseia, antes de você ou o(a)
parceiro(a) estar pronto para isso, pode ser desastroso. Dê um tempo a você e a
ele(a) para ir se acostumando com a ideia, seja qual for. Talvez, sugira a
ideia, então, dê a ele(a) tempo para contemplar, pesquisar sobre ela, e até
mesmo conversar com você sobre essa ideia, antes de tentar forçar a prática
logo de cara.
Levar
as coisas devagar e sem pressão é a chave para mudanças de sucesso em qualquer
relacionamento, especialmente um FLR. Forçando muito, a única coisa que você
vai conseguir é destruir o que você já obteve. Em suma, se o seu objetivo é fazer
com que a mulher controle tudo, comece dando a ela mais controle sobre o
dinheiro ou sobre quando vocês vão ter relações sexuais. Em seguida, adicione o
controle sobre o tempo livre. Então, talvez, dê-lhe mais controle sobre seus
objetivos na vida como um casal. Quanto mais devagar você o fizer, mais
preparados vocês dois estarão para o que está por vir, o que quer que seja.
Quando
fomos converter o nosso relacionamento de um estilo Mestre/escrava (patriarcal)
para um de Dona/submisso (matriarcal), isso realmente levou bem mais de um ano para fazer a
transição completa. Eu assumi pequenas doses de controle, uma coisa de cada
vez, começando com as tarefas domésticas. Uma vez que eu estivesse confortável
com um aspecto de nosso relacionamento, mexia para adicionar outro. Desde então,
vivemos em um relacionamento estilo “À Bordo do Navio” (como explicado
no capítulo 1), simplesmente porque há coisas que eu não quero controlar o
tempo todo. Mas ainda nos divertimos com disciplina, castidade (dele, claro) e “tease
and denial” suficiente para dizer que estamos 80% em uma relação de estilo “À
Bordo do Navio do Navio” e 20% em um estilo Ditatorial (com um pouco de diversão
BDSM/Femdom na dose que julguei certa pra nós).
***
Próximo: Capítulo 3
Navegue pelo curso:
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Capítulo 1 - Tipos de Relacionamento
Capítulo 4 - Comunicação
Capítulo 5 - De que tipo de relacionamento vocês são?
Capítulo 6 - O que vocês querem?
Capítulo 7 / 7a - O quão "kinky" você é?
Capítulo 8 - Criando um Contrato
Capítulo 9 - Superando o Medo e a Culpa
Capítulo 10 - Castidade
Capítulo 11 - Recompensas
Capítulo 12 - Punição e Disciplina
Capítulo 13 - CBT por Diversão e Punição
Capítulo 14 - Drenagem, Ordenha Prostática e outras Diversões Anais
Capítulo 15 - Fantasias
Capítulo 16 - Deixe Tudo Mais Fácil para Você
Capítulo 17 - Feminização
Capítulo 18 - Bissexualidade Masculina e Cuckolding
Capítulo 19 - Jogos Femdom
Capítulo 20 - Humilhação
Capítulo 10 - Castidade
Capítulo 11 - Recompensas
Capítulo 12 - Punição e Disciplina
Capítulo 13 - CBT por Diversão e Punição
Capítulo 14 - Drenagem, Ordenha Prostática e outras Diversões Anais
Capítulo 15 - Fantasias
Capítulo 16 - Deixe Tudo Mais Fácil para Você
Capítulo 17 - Feminização
Capítulo 18 - Bissexualidade Masculina e Cuckolding
Capítulo 19 - Jogos Femdom
Capítulo 20 - Humilhação
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