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"Como Viver Uma Relação FEMDOM Real?" - Cap 8

Capítulo 8
Criando um Contrato

Algumas pessoas pensam que criar um contrato escrito e formal é uma bobeira. Mas se um acordo formal é bom o suficiente até para resolver disputas internacionais e criar laços de paz entre nações, eu diria: “por que não fazer?”
A maioria das pessoas acha que os acordos são melhores quando são verbais. Na verdade, muitos de vocês irão simplesmente ignorar todo este capítulo e pular para o próximo. Alguns de vocês vão lê-lo, mas vão acabar por ignorá-lo. Mas se você quer realmente estabelecer qualquer tipo de relacionamento bem-sucedido, não seria nada mal ter um acordo formal, em forma de contrato, escrito de forma que ambos saibam exatamente o que é esperado da relação.
Então, se você tem (ou quer ter) uma relação no estilo cooperativo, ou no ditatorial, ou em algum ponto entre os dois (vide Capítulo 1 – Tipos de Relacionamento), vocês terão uma chance muito maior de sucesso, caso tenham um acordo formal por escrito. Como a maioria dos casais nunca fazem um acordo formal, uma vez que um dos parceiros ache que seus direitos na relação foram violados, não vai demorar muito para de surgir um conflito. Com um contrato, vocês podem evitar qualquer conflito mais sério através de: 1) referindo-se a algo combinado e registrado no acordo ou; 2) renegociando o contrato.
Antes de colocar a caneta no papel (ou dedos no teclado, se for o caso), vocês devem realmente falar sobre tudo. Sente-se com seu parceiro e discuta tudo e qualquer coisa que vocês podem pensar que deveria constar do contrato. As perguntas que respondeu nos últimos capítulos só foram projetadas para vocês começarem o processo. Por exemplo, se as punições foram mencionadas. Mas é necessário deixar claro exatamente que tipos de punições que vocês estão concordando. Isto é, ele vai tomar umas palmadas na bunda ou vai ficar de acordo que você use algumas leves chicotadas para puni-lo? Talvez palmadas ou chineladas para desobediências mais leves e chicotes para as mais graves, seria uma boa opção. Além disso, deve-se pensar em outras atividades, como cross-dressing (feminização), por exemplo. Será que ela vai ser capaz de fazê-lo vestir qualquer roupa feminina que ela quiser a qualquer momento que ela queira? Ou haverá algum tipo de limite a respeito de quando ou onde ela pode manda-lo fazer isso?
Como eu disse, qualquer coisa que vocês possam pensar que talvez o outro queira (ou não queira) fazer, deve ser coberto no contrato. Será que o seu poder precisa ser limitado de alguma forma? Se sim, como? Será que ela entende todo o poder que ela tem? Não se esqueça, há uma diferença entre punição e disciplina. Que tipo de coisas constituirá disciplina para você e quais os tipos de punições serão adequados? Quanto mais as coisas que vocês podem pensar para discutir, melhor o acordo será. Então, enquanto vocês estão falando, não se esqueçam de fazer muitas notas. Anotem tudo! Mesmo se vocês decidirem, mais tarde, deixar algo de fora do acordo, é melhor ter notas sobre isso no caso de vocês desejarem adicioná-lo mais tarde.
Lembrem-se, este não é um documento legal, que vai ser apresentado em algum tribunal, ou em algum lugar. É apenas um acordo entre duas pessoas que querem fazer seu relacionamento se tornar melhor. Então, não se preocupe sobre como as coisas estão redigidas e não tente colocar qualquer coisa em "jurisdiquês". Isso só vai confundir e tornar enfadonho. Escrevam tudo em um português claro, ou da maneira que melhor for compreendida. Em seguida, voltem sobre o que vocês escreveram e certifiquem-se que vocês não têm quaisquer declarações conflitantes. Por exemplo, uma parte do acordo permite que ela use palmadas para puni-lo, e outra parte proíbe o castigo físico. Não ria, isso acontece.
Quando vocês estiverem prontos para começar a negociar o seu contrato, reúnam todas as suas notas (tanto dele quanto dela) e sentem-se para finalizar tudo. Vocês vão querer começar por definir alguns termos. Por exemplo, se a dominante vai ser chamada de "dona", "senhora", “deusa” ou “querida”? Como será chamado o submisso? Se vocês estiverem incluindo a castidade masculina, qual tipo de dispositivo que vocês têm em mente para ele usar? Será que vai ser de plástico, metal, somente uma gaiola genital ou um cinto de castidade completo (dos que envolvem todo o quadril) feito sob medida? Basicamente, você tem que rever suas notas e atribuir a uma área do acordo tudo o que estiver em suas notas. Ou seja, definições (o que será chamado do quê). Você precisa de áreas para a definição dos deveres e responsabilidades de cada parceiro. Uma área para punições e disciplinas. Você pode querer uma área especial para cobrir coisas como bondage, e como será o papel de cada um dos dois. Outra área para a forma como o submisso vai se vestir, e outra para definir se vai disfarçar sua condição submissa em público ou não.
Vamos dar uma olhada em um exemplo e ver exatamente o que eu quero dizer:
Abertura:
Este acordo está a ser celebrado por (seu nome) e (seu nome) para ser usado como um guia para o nosso relacionamento. Este acordo terá a duração de (dias, semanas, meses) ou até que uma das partes deseja renegociá-lo.


Definições:

A Dominante: Será chamada de “Minha Dona” neste acordo.
O submisso: Será chamado de “maridinho” ou “escravinho”.

Dispositivo de Castidade: um modelo de plástico C****** será utilizado a critério da Dona. Nenhum outro dispositivo projetado para limitar o acesso a genitália do submisso pode ser utilizado sem renegociação da presente parte do acordo.

Chave de emergência: Esta é uma chave reserva para o dispositivo de castidade que será acessível para o submisso em caso de emergências descritas mais adiante neste acordo. Inclui coisas como: onde a chave vai ser mantida. Que tipo de segurança será usada para evitar o uso não autorizado da chave de emergência?...
(Outras coisas que você pode querer definir aqui.)

Responsabilidades da Dominante:
1. Supervisionar o dia a dia do submisso quanto ao seu comportamento e deveres a realizar.
2. Aplicar as punições e disciplinas condizentes, diante de qualquer mau comportamento do submisso.
3. Agendar tarefas diversas para o submisso.
4. Provocar sexualmente o submisso, se possível diariamente, como descrito mais adiante neste acordo.
5. Prover o bem-estar geral do submisso.
Etc.
A senhora provocará sexualmente o submisso, em qualquer das seguintes maneiras, mas não se limitando a:
1. Humilhação Verbal – Mas não xingamentos
2. Relato de fantasias secretas dele.
3. Acariciando ou tocando de leve as partes íntimas (em público ou em privado).
4. Mensagens instantâneas ou telefonemas.
5. Bilhetes colocados na pasta do submisso.
6. Bilhetes colocados no carro.
7. Inspeção tátil e visual do dispositivo de castidade, para atestar que não foi removido ou burlado.
8. Usar o submisso para atender às suas necessidades sexuais femininas.
Etc.

Responsabilidades do submisso:
1. Obedecer às ordens (ou desejos) da sua Dona.
2. Satisfazer sexualmente sua Dona sempre que ela o convocar a fazê-lo.
3. Fazer com que todas as tarefas sejam concluídas de acordo com o gosto de sua Dona.
4. Manter um calendário de compromissos para sua Dona para tende-la de todos os seus compromissos.
5. Executar quaisquer outras tarefas solicitadas ou exigidas pela sua Dona.
Etc.

Punições:
A dominante pode usar qualquer um dos seguintes métodos de punição, quando o submisso não conseguir obedecer a seus comandos (ou desejos) de forma satisfatória.
1. Palmadas na bunda.
2. Palmadas com uma pequena raquete de madeira ou uma escova de cabelo.
3. Golpes leves a moderados com relho de equitação.
4. Permanecer no canto da parede por um período de tempo determinado pela Dominante, desde que o tempo não exceda 30 minutos (ou uma hora).
5. Tempo prolongado trancado em um dispositivo de castidade, sem alívio ejaculatório por dias ou semanas.
Etc.




Disciplinas:
A Dona pode ordenar que o escravinho realize qualquer tipo de disciplina que ela achar melhor, desde que a disciplina não seja considerada um castigo físico.
1. Repetir qualquer tarefa um número de vezes predeterminado até que o submisso aprenda a fazê-lo corretamente.
2. Escrever frases repetidamente.
3. Escrever uma redação pedindo desculpas a qualquer pessoa que possa ter sido ofendida pelo submisso.
4. Repetição em voz alta de qualquer ordem, até que o submisso perceba seu erro.
Etc.

Alívio ejaculatório:
1. Quantas vezes por semana (ou por mês) o submisso poderá ter um orgasmo? Qual critério será utilizado para determinar quando esse alívio dado?
2. Se você pretende estabelecer um jogo para decidir sobre o orgasmo dele, quais serão as regras? (Vocês podem fazer um acordo separado para esta parte, se quiserem.)
Nota: Se não estiverem usando a castidade, como fica a masturbação (no caso do submisso)? É permitida? Se não, qual punição vai ser dada, caso ele desobedeça e se masturbe escondido?

Comportamento em público:
O submisso vai se dirigir à sua esposa como “Minha Dona”, enquanto estiver em público ou diante dos membros da família, ou dos colegas de trabalho, ou qualquer outra pessoa ou pessoas que estiverem presentes, que não poderiam estar por dentro do estilo de relacionamento?
Como ela vai tratar o submisso em tais casos? (Essas coisas precisam ser esclarecidas.)





Limites:
O uso de palavras de segurança é obrigatório e essencial em todos os momentos, se durante o jogo ou quando pessoas de fora estiverem presentes para garantir que a Dominante permaneça dentro dos limites do submisso considerando as circunstâncias abaixo:
1. Dor física
2. O estresse emocional
3. O desconforto físico
4. Constrangimento
Etc.

Chave de Emergência do Cinto de Castidade:
Uma cópia da chave para o cinto de castidade deve ser disponibilizada para uso (por qualquer das partes) para qualquer um dos seguinte motivos;
1. Perder da chave principal (a Dona apenas)
2. Visitas ao médico
3. Viagens aéreas.
4. Qualquer condição médica que pode ter sido causada pelo próprio dispositivo.
Etc.
Esta chave pode ser protegida usando qualquer método que a Dona escolher, contanto que está disponível para o submisso em caso de emergência. Exemplos: envelope lacrado e rubricado pela Dona, ou lacres de plástico numerados.

Saindo dos papéis:
A qualquer momento, qualquer das partes pode solicitar ao outro que o casal aja fora de seus papéis como Dona e submisso, a fim de discutir uma atividade ou de renegociar este acordo.

Assinaturas:
Este, onde ambas as partes assinam o acordo.

O que está descrito acima deve ser considerado apenas como uma amostra, um resumo, e que seu contrato completo deve refletir mais coisas que vocês também consideram importantes. Por exemplo, vocês podem incluir mais definições, como: o que constitui uma punição, e o que é apenas uma disciplina. Ou vocês podem realmente listar diversas atividades que são consideradas “fora dos limites”, como chicotadas, chuvas douradas, ou fetiches que envolvem sangue. Isso permite que a lista seja alterada sem renegociação de todo o acordo. O mesmo poderia ser feito com punições, já que os desejos de muitos casais nessa área, muitas vezes evoluem e se modificam com o tempo.
Você deve incluir uma seção que aborde as questões financeiras, tais como: quem vai pagar as contas, quem irá lidar com grandes despesas, e o que será discutido ou combinado por ambas as partes. O aspecto financeiro do seu relacionamento é uma das áreas mais importantes de seu contrato. Não o deixe de fora.
Não se esqueçam de fazer uma declaração dando a qualquer das partes o direito de exigir uma renegociação a qualquer momento. De qualquer maneira, este primeiro acordo deve ser pensado como um acordo-teste, pois é mais do que provável que você vai encontrar muitas coisas que vocês vão desejar mudar depois de terem vivido sob ele por algum tempo.
Agora é hora de testar o seu acordo. Como eu disse, vocês podem fazer isso por um tempo definido ou até que uma das partes encontre algo que sinta necessidade de ser repensado. Eu recomendo que o acordo original seja testado por um tempo relativamente curto (de um a três meses) para que haja tempo suficiente para testar tudo, e exceto em casos de emergência, vocês devem viver de acordo com o seu contrato até o fim, firmemente. Assim, vocês vão ter uma ideia muito melhor de como ele funciona dessa forma, em vez de correr de volta para a prancheta assim que surgir a menor das dificuldades. Isso também lhes dá a oportunidade de experimentar outras opções incluídas no acordo, em vez de reescrevê-lo imediatamente.
De qualquer forma, dê tempo para o acordo fluir. Elaborarem as práticas fetichistas e comportamentos da preferência de vocês, e mantenham seu próprio diário ou anotações sobre o que parece funcionar bem e o que não funciona. Uma vez que vocês estiverem realmente prontos para negociar um novo acordo, vocês terão uma ideia melhor do que desejam incluir (ou excluir) no próximo acordo.
Quando for a hora de renegociar seu contrato, certifique-se de referir-se a todas as notas ou registros no diário que você fez e para considerar qualquer alteração feita, para que ambos fiquem satisfeitos. Uma vez que vocês tenham tudo definido, tentem estender a prática dele por um longo período, desta vez, digamos, seis meses ou um ano. Se tudo correr bem, indica que vocês podem ser capazes de estendê-lo indefinidamente, depois disso.
Lembre-se, nenhum acordo é prefeito. E nenhum acordo vai funcionar para todos. Seu contrato é seu. Façam dele de vocês, incluindo todas as coisas que são importantes para vocês e que irão atendê-los bem. Nosso primeiro acordo foi de três páginas e não incluiu algumas coisas que deveriam haver. Felizmente, ele foi criado para durar apenas 90 dias e fomos capazes de chegar a um novo, quando terminou. Nosso segundo acordo foi aumentado para cinco páginas, e ainda está em vigor hoje.

Se vocês forem judiciosos, serão capazes de criar um contrato flexível, que será capaz de durar por anos. Apenas lembrem-se de incluir todas e quaisquer ‘kinks’ que vocês podem ter, de forma são, segura e consensual (SSC). Se vocês fizerem isso, estou confiante de que terão um relacionamento feliz e saudável, que vai ser capaz de resistir ao teste do tempo. Isso funcionou para mim, e tenho certeza que pode funcionar para vocês também.

***

Próximo: Capítulo 9


Navegue pelo curso:
(links abrem em outra aba)

Capítulo 1 - Tipos de Relacionamento
Capítulo 2 - Convencendo o(a) Parceiro(a)
Capítulo 3 - Honestidade e Confiança
Capítulo 4 - Comunicação
Capítulo 5 - De que tipo de relacionamento vocês são?
Capítulo 6 - O que vocês querem?
Capítulo 7 / 7a - O quão "kinky" você é? 
Capítulo 8 - Criando um Contrato
Capítulo 9 - Superando o Medo e a Culpa
Capítulo 10 - Castidade
Capítulo 11 - Recompensas
Capítulo 12 - Punição e Disciplina
Capítulo 13 - CBT por Diversão e Punição
Capítulo 14 - Drenagem, Ordenha Prostática e outras Diversões Anais
Capítulo 15 - Fantasias
Capítulo 16 - Deixe Tudo Mais Fácil para Você
Capítulo 17 - Feminização
Capítulo 18 - Bissexualidade Masculina e Cuckolding
Capítulo 19 - Jogos Femdom
Capítulo 20 - Humilhação

2 comentários:

  1. Acabei de terminar de ler o capitulo 8, agora vou fazer os testes com meu marido.
    Excelente esse livro e obrigada pelo trabalho na tradução.

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    Respostas
    1. Obrigado por comentar, Rainha Venice. Para todas as mulheres, todo meu trabalho é uma forma de servidão, não há o que agradecer.

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